Vale produz areia sustentável a partir de resíduos de minério de ferro

O produto é usado, em especial, na pavimentação asfáltica
Fonte : AECweb
Por Naíza Ximenes
Publicado : 31/03/2022 | 13:36
Tempo de leitura : 2 min
Como forma de reaproveitar os rejeitos de minério de ferro nas operações, especialmente em Itabira (MG), a mineradora Vale criou uma alternativa para alguns materiais necessários aos canteiros: a areia sustentável. Utilizada especialmente em pavimentações asfálticas, o material possui vantagens tanto ambientais quanto econômicas.
Após cinco anos de estudo em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), do campus Itabira, a Vale conseguiu criar um material que atua como agente redutor do consumo de cimento e cal. Além disso, a areia ainda reduz em até 6% o consumo de cimento asfáltico de petróleo (CAP) — um dos materiais mais caros em obras de pavimentação.
Foram investidos mais de R$ 7 milhões em pesquisa e inovação nesta novidade, que aumenta em mais de 50% a vida útil de uma estrada. Quando utilizada em todas as camadas, então, o material proporciona redução de cerca de 20% nos custos da obra — principalmente em comparação com pavimentos que incluem insumos tradicionais, como brita, solo e areia natural.
Dentre os benefícios ambientais, o material que reutiliza os rejeitos de minério de ferro ainda reduz a disposição dos rejeitos em barragens. Ele também serve de alternativa à utilização do segundo recurso natural mais explorado no mundo: a areia natural. Em primeiro lugar, está a água.
Quanto aos riscos que a utilização da areia sustentável pode proporcionar, a Vale assegurou que o material é totalmente legal, com alto teor de sílica e baixo teor de ferro. Marcada pela alta uniformidade química e granulométrica, a areia é processada de maneira essencialmente física, ou seja, sem alteração em sua composição.
A Vale afirmou que a areia pode ser utilizada em concretos, argamassas, cimento, pré-fabricados, artefatos, e, sobretudo, na pavimentação rodoviária e vicinal. Para comprovar a aplicabilidade da areia em rodovias, os pesquisadores envolvidos construíram uma pista experimental, com quatro camadas de diferentes misturas da areia, monitorada por uma série de sensores e instrumentos.
Os estudos acerca da aplicação do insumo em pavimentação vicinal — ou seja, rural —, por sua vez, seguem promissores e já contam com investimentos de cerca de R$ 1,6 milhão. A pavimentação ferroviária também é um setor que a Vale deseja explorar, com investimentos que já totalizam R$ 6 milhões.